Elogio Fúnebre ao Jogador e Treinador Augusto Matine

A Nação Moçambicana foi colhida de surpresa, no dia 13 de Outubro de 2020.

Deixou-nos, fisicamente, Augusto da Conceição Matine jogador e treinador de futebol moçambicano nascido a 13 de Fevereiro de 1947.

 

Ao iniciar esta mensagem gostaria, em meu nome, em nome da Direção Executiva e dos funcionários da Federação Moçambicana de Futebol e em nome de toda a família do futebol nacional endereçar à família enlutada, as nossas mais sentidas condolências.

 

Mister Matine, como carinhosamente o chamávamos, foi nosso amigo, colega, companheiro e ícone do desporto, em geral, e do futebol, em particular.

 

Em vida, foi um destacado nacionalista que de livre e espontânea vontade abdicou de condições favoráveis de trabalho que tinha na Europa e regressou ao país de origem para contribuir para o seu crescimento e desenvolvimento em diferentes dimensões.

 

Como jogador de futebol, Matine saiu de um clube da II Divisão de Moçambique - o Central para integrar o Benfica, um dos grandes clubes do futebol português, entre 1967 e 1973. Durante esse período, Matine teve uma passagem pelo Vitória de Setúbal.

 

Entre 1973 e 1976, voltou a jogar pelo Benfica, antes de envergar as camisolas do Portimonense, Lusitano de Évora, Desportivo das Aves, Estrela da Amadora e Torralta.

 

Matine somou nove internacionalizações por Portugal tendo se estreado a 10 de Maio de 1970 em Lisboa, frente à Itália.

 

Mais tarde, seguiu a carreira de treinador, orientando em Portugal o Estrela da Amadora para depois conduzir a seleção de Moçambique entre 2001 e 2002 e o Ferroviário de Maputo em 2003. Matine foi igualmente gestor no Grupo Desportivo Maputo.

 

Com um percurso notável como homem, jogador e treinador, Augusto Matine afirmou-se como um verdadeiro formador de talentos de excelência. Dedicou toda a sua vida em defesa da criação de condições básicas e sustentáveis para a prática do futebol jovem, com projetos reais, visando garantir o crescimento, progresso e sucesso da modalidade um pouco por todo o país.

 

Vincando uma forte capacidade profissional, Augusto Matine deu o seu peito à causa do futebol nacional, deixando a sua marca positiva pelos clubes por onde passou e pela Seleção Nacional A e de Sub 17, esta última, que sob sua orientação conseguiu o apuramento para uma fase final do Africano da categoria.


Era, de fato, um grande mestre e condutor de homens, formando jogadores para o amanhã. Bebemos dele muitos ensinamentos não só de nível técnico, mas também de gestão desportiva. Os moçambicanos se inspiram neste homem e erguem bem alto o seu legado, por ter sido um íman da concórdia e do fair-play e, sobretudo, de glórias para as equipas e seleções do país.

 

É notável o contributo que Augusto Matine deu ao futebol nacional, pelo que queremos reiterar a nossa gratidão e reconhecimento por tudo o que deu aos moçambicanos.

 

O seu desaparecimento físico constitui uma perda irreparável e deixa um enorme vazio no seio dos desportistas e da sociedade moçambicana. O desporto moçambicano, em particular o futebol perde assim uma mais-valia.

 

Por este infausto acontecimento, neste momento doloroso, inclinamo-nos diante da memória do mestre e ícone Augusto Matine.

 

Que a sua alma descanse em paz!

 

FMF