CAN de Praia: Termina o sonho do título africano
A selecção nacional de futebol de praia perdeu esta quarta-feira com a sua congénere do Senegal por 2-3 em partida das meias-finais do CAN na modalidade que decorre em Vilankulo e termina esta sexta-feira.
Com esta derrota, esfumou-se o sonho de Moçambique conquistar, nesta modalidade, o título africano e, por conseguinte, qualificar-se para o Mundial.
Para salvar a honra de anfitrião, resta ao combinado nacional "arregaçar as mangas" e lutar pelo terceiro lugar diante de Marrocos que na outra meia-final perdeu com Egipto por 4-5.
O jogo de apuramento do terceiro classificado vai anteceder a grande final entre Senegal e Egipto, partida que vai marcar o fim deste CAN na próxima sexta-feira.
Para o posicionamento do quinto e sexto lugares, jogaram entre si as selecções do Uganda e do Malawi tendo os ugandeses levado a melhor por 4-1, na marcação de penalidades, um vez que prevaleceu o empate (4-4), no tempo regulamentar e (5-5) no prolongamento de três minutos.
Começar bem e terminar mal
Nelson Manuel, o melhor jogador africano entrou endiabrado e no fim do primeiro período colocou a nação moçambicana em vantagem de 1-0 com um golo marcado na execução de um livre directo do seu meio-campo.
O público que enchia por completo a Arena respondia nas bancadas com cor e som puxando pela selecção nacional. Até parecia um jogo da final. Mas havia que ter calma, porque o que interessa é como termina e não como começa.
No início do segundo período, Nelson volta a dilatar a vantagem para Moçambique para subida das emoções dentro e fora do campo. Instantes depois o Senegal restabelece a igualdade, por Sene, também num lance de bola parada.
Gradualmente, via-se um abrandamento de intensidade moçambicana enquanto Senegal insistia no seu jogo fixo e remates à meia distância.
Assim, através de novo lance de bola parada para Senegal chega a igualdade e fica tudo em aberto.
No último período, o Senegal fez a viragem do resultado por Amar que aproveitou uma defesa incompleta do guarda-redes Gonçalves "Monstro" depois de um remate forte da direita.
Os derradeiros minutos foram quase de "loucura" com Senegel a fechar todas as portas acabado o jogo a seu favor para a tristeza de Moçambique como anfitrião.
FICHA DO JOGO
Arena de Vilankulo
Comissário: Athumani Nyamlini (TAN)
Arbítrio: Jelili Ugummly (NGA)
SENEGAL: Seyni; Diatta, Sylla, Amar e Mandy. Suplentes: Ndoye, Fall, Fiagne, Coly, Seydina, Sente e Saliou
Treinador: Mandou Diallo.
MOÇAMBIQUE: Monstro; Ângelo, Ramossete, Nelson e Gabi. Suplentes: Horácio, Bachir, Gerson, Figo, Hélio, Arroz.
Treinador: Abineiro Ussaca
A diferença foi nos detalhes
Abineiro Ussaca, seleccionador nacional
"Na alta-competição os detalhes é que fazem a diferença. Havíamos avisado aos jogadores que o Senegal faz muito bem a execução de bolas paradas, principalmente próximo da área. Conseguimos evitar isso nos primeiros minutos mas acabamos cedendo espaços e através dessa falta de concentração e de experiência, o Senegel conseguiu, os seus primeiros dois golos e chegou ao empate não tanto por mérito mas por nossa própria culpa."
Falhamos muito na finalização
Nelson Manuel, autor dos dois golos de Moçambique
"Em primeiro lugar quero agradecer a todas as pessoas que nos apoiaram do primeiro ao último minuto, mesmo quando Moçambique estava a perder. Falhamos sim, porque vínhamos com objectivo de fazer jogo ofensivo, com velocidade, bola no solo, e colocação de bolas nas costas dos defesas, uma estratégia que Senegal teme de Moçambique e chegámos aos 2-0 mas não conseguimos assegurar a vantagem. O adversário soube explorar as poucas oportunidades que criaram e nós criamos muitas sem as concretizar e isso custou-nos muito caro. Não falaria de falta de experiência porque o futebol de praia é empenho, dedicação estudo ao adversário e aproveitamento das oportunidades."
FMF